Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria da

Cultura

Início do conteúdo

Pesquisar é essencial para evitar decepções

Publicação:


Quem nunca se decepcionou ao entrar em um quarto de hotel que na foto de divulgação parecia maior e melhor, ou rumou de férias até um determinado destino esperando encontrar mais do que o local podia proporcionar? Estas situações não são raras para quem coleciona histórias de viagens, principalmente aquelas onde a própria pessoa é quem organiza o roteiro e contrata os serviços de hotelaria e transportes. Mas verificar que acreditou em uma propaganda enganosa tende a ser menos frequente na vida de quem não se contenta em depositar sua confiança apenas nas belas imagens das propagandas turísticas. Uma forma de evitar este desgosto é buscar informações junto a agências e operadoras do ramo ou em páginas oficiais das secretarias de turismo, que somente divulgam produtos e serviços fiscalizados e cadastrados no sistema (Cadastur) do Ministério do Turismo (MTur).

No Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual de Turismo (Setur) está investindo R$ 100 mil – via recurso de verba descentralizada do MTur – na formatação de dois novos sites, além da página institucional vigente, que continuará na ativa, por concentrar todas as informações do setor no Estado. “O primeiro, estaremos lançando em março: terá foco mais institucional e será voltado para públicos de governança. O segundo, que será lançado em setembro, terá caráter promocional, direcionado a turistas”, resume Bianca Toniolo, assessora do Departamento de Promoção e Marketing e coordenadora do GT da Copa na Setur.

O site promocional do turismo gaúcho será baseado em muitas imagens e linguagem de marketing, além de permanecer integrado às redes sociais, durante e após o Mundial em 2014. “Ali será possível o compartilhamento de fotos feitas pelo próprio turista que estiver nos locais divulgados, e também informações postadas por quem estiver vivenciando os destinos”, explica Bianca. A plataforma irá seguir “padrões modernos de tecnologia”, para passar dados completos referentes à hotelaria, gastronomia, operadoras e agências receptivas. “Todos estes produtos estão no Cadastur, o que garante a confiabilidade do empreendimento, do guia ou do serviço.”

A Capital gaúcha também está mobilizada em melhor informar os turistas. Na sexta-feira, foi lançado o guia de viagem Porto Alegre Guide, com informações focadas para os visitantes estrangeiros. Criado por Maris Leivategija e Leonardo Max Damiani, o guia é gratuito e chega em formato de mapa, com uma seleção das experiências dos autores, dando dicas de pontos turísticos, gastronomia e vida noturna da cidade. Os exemplares do guia serão distribuídos nos Centros de Informações Turísticas (CITs), administrados pela SMTur e hotéis.

Mesmo administrando o Cadastur, o Ministério do Turismo informa que não interfere na promoção de roteiros e destinos realizados por secretarias de Turismo locais. A assessoria de imprensa do MTur orienta que “em caso de propaganda enganosa, o cidadão que se julgar prejudicado deve procurar o Procon e denunciar ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que é o responsável pela apuração de práticas de propaganda abusivas ou enganosas no Brasil.

Consumidor deve avaliar vários fatores antes da compra

A democratização da informação pelas redes sociais e o advento de sites onde os viajantes postam suas opiniões sobre hotelaria e outros serviços turísticos são fatores que contribuem para a pesquisa de quem busca um destino pela primeira vez. Mas isso não é suficiente, na opinião do diretor da operadora Rota Cultural, Marconi Flach. Ele diz que antes de promover um roteiro turístico, faz questão de ir pessoalmente aos destinos, para vivenciar o que o cartão postal sugere. “O que se vê em foto é sempre lindo, maravilhoso. Aí você liga para a secretaria de turismo local, e te garantem que tudo funciona bem, mas nem sempre é assim. Também acho temeroso falar com pessoas que já visitaram o destino questionado, porque as opiniões pessoais se diferem, de acordo com o gosto e a realidade de cada um”, pondera o empresário.

Flach ressalta a importância de ouvir um operador ou agente de turismo, uma vez que “fotos de hotéis inseridas nos sites muitas vezes fazem os quartos parecerem maiores”. “Outras vezes, os quartos são lindos e muito baratos, aí é preciso pesquisar sobre o que há no entorno, pois a região pode não ser das melhores.” Além de fontes confiáveis, Flach sugere que se ouça “mais de uma” opinião – e, se for por livros, revistas e internet, não tomar estas fontes como absolutas.
No caso de postagens de turistas na internet, ele aconselha cuidado e critério na aceitação do que é publicado. “Já vi muita bobagem, com gente falando mal de hospedagens dignas.” “É fundamental ler, pesquisar, comprar um guia e diversificar as fontes. Em viagens internacionais, é preciso estudar a melhor estação, levando em conta o clima que irá enfrentar, e não o valor a ser pago. O conceito do bom e barato é equivocado. A qualidade tem seu preço”, opina.

O diretor da Agência Globalcomm e vice-presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do RS (Sinapro RS), Alexandre Skowronsky, acredita que o consumidor está melhor informado e mais exigente. “A partir do momento que ele tem acesso à informação pela internet e por empresas especializadas, fica mais atento a isso”, diz Skowronsky, lembrando que as empresas que estiverem mais próximas dos conceitos de clareza, objetividade e criatividade na divulgação de roteiros turísticos terão sucesso. “O viajante volta e divulga o que vivenciou”, adverte.

A assessora do Departamento de Promoção e Marketing da Setur, Bianca Toniolo, reforça a recomendação de que os turistas procurem informações nos órgãos oficiais. “Não é incomum que o viajante veja uma foto de destino na internet e se decepcione ao chegar no local, constatando que não era bem aquilo` que ele esperava”, afirma Bianca. Ela observa que “são as imagens que atraem os turistas, mas, às vezes, alguns empreendimentos não utilizam fotos de forma honesta, e é difícil saber se a imagem que se vê condiz com a realidade, ou foi tratada para ser melhorada.” Ela garante que a Setur procura trabalhar com imagens que sejam atraentes, mas com o menor tratamento possível, “para que o turista encontre no local o que viu na foto”.
 
Fonte: Jornal do Comércio
SEDAC