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O lado bom da Copa - Uma invasão de bons negócios

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Comerciantes comemoram aumento nas vendas com a passagem dos turistas que acompanham as seleções de seus países - Foto: Reprodução/ZeroHora

Comerciantes comemoram aumento nas vendas com a passagem dos turistas que acompanham as seleções de seus países

A Copa tem feito dessas. Por duas noites seguidas, a Rua Lima e Silva, na Cidade Baixa, foi interditada devido à invasão de australianos e holandeses vagando em festa pela pista à procura de um lugar para beber e comer. Porque muitos estabelecimentos, lotados, tiveram de fechar as portas diante da falta de espaço para mais gente. Isso dá uma ideia da goleada de faturamento dos bares, restaurantes e clubes, pelo menos os que estão localizados no perímetro da Copa.

A grande parte dos comerciantes calcula aumento de 30% a 40% nas vendas, mas há felizardos comemorando o dobro do que costumam arrecadar nos seus melhores dias. Tudo porque Porto Alegre teve a sorte de acolher alguns dos visitantes mais festeiros. Pela ordem de consumo, os australianos estão disparados em primeiro lugar, seguidos dos holandeses, dos surpreendentes hondurenhos e dos franceses. São eles parte dos 83,5 mil estrangeiros que compraram ingressos para os cinco jogos da Copa na cidade. A outra parte será complementada com uma multidão de argentinos, além dos prováveis alemães nas oitavas.

O Chalé da Praça XV, no Largo Glênio Peres, é um dos locais mais procurados. Começou por se transformar na Casa Bleue ao acolher os franceses em parceria com a Aliança Francesa e a agência credenciada pela federação europeia. Com três telões e 10 atendentes bilíngues, os 70 funcionários tiveram expediente alongado para atender 1,2 mil pessoas ao dia. O investimento de R$ 100 mil está pago.

– Os franceses se apaixonaram pelas caipirinhas, mas os holandeses consumiram o estoque de chope e cerveja. O faturamento dobrou – diz Edemir Simonette, sócio do Chalé, que contratou a escola de samba da Vila do Iapi e músicos para os jogos.

Outro que dobrou as vendas é o Boteco Dona Neusa, na Rua Lima e Silva. Na terça-feira anterior a Holanda x Austrália, a casa recebeu 700 clientes, contra os 360 do melhor público das sextas-feiras. Resultado disso foi um aumento de 400% na venda de caipirinhas e mais de 30 garrafas de cachaça, além de vodca e tequila.

– O petisco, que os brasileiros dividem na mesa, com os australianos é um para cada. E comem tudo – diz o gerente Thiago Costa.

Os australianos ignoraram a derrota e, à noite, 1,2 mil tomaram o Bar Opinião. Com as portas fechadas, a produtora contratou o pessoal da Imperadores do Samba, e os australianos trouxeram uma banda de rock e surf music e um comediante para animar os torcedores. Tomaram cerveja de 600ml como se fosse uma long neck, no gargalo, e deixaram a casa às 3h.

– Tivemos um recorde de consumo: cada australiano bebeu e comeu o equivalente a cinco brasileiros – calcula Diego Faccio, sócio da produtora.

O churrasco é a outra atração dos visitantes. No Galpão Crioulo, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, o rodízio foi fartamente procurado por australianos, tradicionais consumidores da carne de búfalo criado nos vastos campos do seu país.

– Eles sabem comer carne e gostaram muito – diz Rodrigo Ongaratto, sócio do Galpão.

A partir de agora, Porto Alegre vai acolher os argentinos, outro consumidor exigente de carne.

Fonte: Jornal Zero Hora

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